Edição: ano de 2002
O Museu Nacional da Música possui uma das mais ricas coleções europeias de instrumentos musicais do século XVI ao XXI, representativos de diversas práticas musicais, alguns deles classificados como “tesouros nacionais”.
A funcionar desde 1994 na estação de metro do Alto dos Moinhos, em Lisboa, encerrou ao público no dia 1 de outubro de 2023, iniciando-se o processo de mudança para a ala norte do Real Edifício de Mafra. O novo espaço, com previsão de abertura em 2025, permitirá duplicar o número de peças em exposição, de 250 para 500, acolhendo um acervo de mais de um milhar de instrumentos musicais, a par de partituras, fonogramas, iconografia e documentação variada.
Entre
os "tesouros nacionais" que integra na sua coleção, destacam-se
instrumentos manufaturados em Portugal, como o cravo de Joaquim José
Antunes (1758) e os violinos e violoncelos de Joaquim José Galrão. Pelo
seu valor e raridade, merecem destaque outros instrumentos, como o cravo
de Pascal Taskin construído em 1782 para a corte de D. Luís XVI de
França, o piano Boisselot & Fils que Franz Liszt trouxe para Lisboa
durante a sua digressão ibérica de 1844-1845, o oboé barroco de
Eichentopf, ou um violoncelo de Antonio Stradivari que pertenceu ao rei
D. Luís. Entre os espólios preservados destacam-se os do compositor
Alfredo Keil, autor da música do atual hino nacional.
O projeto
de criação de um Museu Nacional da Música remonta ao início do século
XX, quando o musicólogo Michel’angelo Lambertini iniciou uma recolha de
instrumentos musicais, partituras e peças iconográficas de diversas
proveniências. O projeto de criação de um museu foi retomado e
consolidado anos mais tarde pelo Museu Instrumental do Conservatório
Nacional. Já na década de 1970, o Museu ver-se-ia obrigado a abandonar o
Conservatório, passando por uma fase atribulada na qual o seu acervo
seria instalado, sucessivamente, no Palácio Pimenta, na Biblioteca
Nacional e no Palácio Nacional de Mafra. Numa iniciativa conjunta de
Lisboa 94 — Capital Europeia da Cultura, do Metropolitano de Lisboa e do
Instituto Português de Museus, seria assinado um protocolo para o
acolhimento temporário do Museu Nacional da Música na estação de metro
do Alto dos Moinhos.