Autores. Vários
1º Edição: 2007
Os pinheiros e eucaliptos que hoje facilmente descobrimos num passeio
pelo campo pouco ou nada têm a ver com a floresta natural portuguesa.
No
entanto, constituem mais de metade da floresta do país, porque esta é,
na sua maioria, cultivada.
Por isso, o quarto volume da colecção Árvores
e Florestas de Portugal é dedicado às duas principais espécies a que se
recorreu num esforço de arborização das zonas costeiras e serras: o
pinheiro-bravo e o eucalipto.
Esta mobilização em torno da florestação
remonta ao século XIX e envolveu não apenas o Estado, mas também
particulares.
Inicialmente foi feita sobretudo com recurso ao
pinheiro-bravo, que passou a abranger áreas distintas dos seus locais de
ocorrência natural (como as serras no interior de Portugal).
Prolongando-se durante o século XX, esta tendência de arborização deu
origem à "maior mancha contínua de pinhal da Europa".
Contudo, nos
últimos 30 anos, os pinheiros-bravos foram vítimas dos incêndios,
desaparecendo progressivamente.
Em Pinhais e eucaliptais - A floresta
cultivada, caracteriza-se o pinheiro-bravo do ponto de vista biológico
(enquanto espécie arbórea) e ecológico (relações com o meio e outros
seres vivos).
Além disso, é abordada a importância económica e social da
espécie, a expansão e regressão da sua área ocupada (que chegou a
atingir 1,3 milhões de hectares), e ainda aspectos relacionados com a
instalação, condução e exploração dos povoamentos de pinheiro-bravo.
Mais
recentemente, verificou-se a expansão de eucaliptos, bastante rápida.
Com efeito, nos últimos 30 anos, a área de eucaliptal quase quadruplicou
em Portugal.
Um dos motivos relaciona-se com o facto de, na sequência
de incêndios, esta espécie exótica passar a ocupar locais anteriormente
abrangidos pelo pinheiro-bravo.
De qualquer forma, para compreender a
evolução dos eucaliptais no país é preciso antes de mais "perceber as
circunstâncias que levaram a que se tenha chegado à situação actual",
explica o coordenador editorial de Árvores e Flores de Portugal, Joaquim
Sande Silva.
Por isso, o volume observa as questões históricas
associadas à introdução e expansão do eucalipto em Portugal. De seguida,
analisa as razões para o elevado crescimento e produtividade da espécie
e debate perspectivas pró e contra o cultivo do eucalipto.
Por fim,
Pinhais e eucaliptais - A floresta cultivada evoca ainda outras espécies
de pinheiros. É o caso de um "parente próximo" do pinheiro-bravo, o
pinheiro-manso, que também sido alvo de expansão recente.
Esta é uma
espécie atractiva em termos económicos e ecológicos, pelo que as
tentativas de arborização do pinheiro-manso têm sido promovidas por
programas de apoio à floresta.
Paralelamente, são evocados outros
géneros de Pinus, nomeadamente espécies que contribuem para a elevada
área de resinosas na floresta portuguesa.*
* Jornal Público
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