Autores. vários
1ª Edição. 2007
Os montados de sobro e azinho marcam a paisagem portuguesa sobretudo no Sul do país, como mostra o livro Os Montados - Muito para além das árvores.
a Imagem de marca das paisagens do Sul do país, os montados são por definição sistemas que associam uma utilização florestal do solo com outra utilização de natureza agrícola e/ou pastoril.
Dado este seu carácter híbrido, os montados são assim espaços onde se pode produzir uma grande variedade produtos - desde a lenha à cortiça - e desenvolver actividades tão diversificadas como a caça, a pastorícia ou a apicultura.
O terceiro livro da colecção Árvores e Florestas de Portugal, distribuído amanhã com o PÚBLICO, debruça-se sobre os montados e sobre as suas diferentes valências
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"O sobreiro é, sem sombra de dúvida, a espécie mais importante da floresta portuguesa", afirma Joaquim Sande Silva, coordenador da colecção, que acrescenta: "Esta importância advém não apenas do facto de Portugal deter mais de um terço de toda a superfície ocupada pelo sobreiro no mundo, mas também pelo facto de o nosso país ser responsável por mais de metade da produção de cortiça do planeta".
O volume está dividido em duas partes, em função das duas espécies predominantes nestes espaços florestais: o sobreiro e a azinheira.
A primeira parte do livro reúne cinco artigos exclusivamente dedicados ao sobreiro.
Os dois primeiros capítulos, da autoria de Augusta Costa e Helena Pereira, focam aspectos relacionados com a biologia e a ecologia do sobreiro e tratam detalhadamente questões mais técnicas ao nível da cultura desta árvore, nomeadamente as que dizem respeito à regeneração, à condução e a exploração dos povoamentos.
Ao falar de sobreiros torna-se inevitável falar de cortiça.
O terceiro capítulo de Os Montados - Muito para além das árvores é inteiramente dedicado a essa matéria-prima de propriedades únicas.
No quarto capítulo, Américo Mendes faz uma abordagem histórica e traça uma evolução da importância do sobreiro e da produção de cortiça em Portugal desde um período anterior à Reconquista Cristã do nosso território.
A fechar a primeira parte do livro, Jorge Capelo e Filipe Catry procuram apurar a distribuição geográfica do sobreiro no nosso país.
De acordo com Joaquim Sande Silva, devido ao facto da azinheira, ao contrário do sobreiro, não dar origem a rendimentos directos, nos últimos 40 anos a área do montado de azinho foi reduzida em 25 por cento.
Ainda assim, a azinheira é uma das espécies que continuam a dominar a paisagem portuguesa e os montados de azinho são espaços de uma extrema biodiversidade que vale a pena explorar melhor.
A segunda parte do livro foca as características específicas da azinheira e dos montados de azinho, procurando, ao longo de quatro capítulos, caracterizar o património faunístico que lhes está associado e traçar uma perspectiva histórica sobre a caça e sobre a pastorícia praticadas nestes espaços florestais.
No quinto capítulo dedicado à azinheira, Teresa Maria Vasconcelos e Manuela Branco debruçam-se sobre a produção de mel como uma actividade importante na economia dos montados.*
* Jornal Público
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