Site pessoal, sem fins comerciais. Se sentir que eu estou a infringir os seus direitos de autor(a) agradeço que me contacte de imediato para poder corrigir o referido conteúdo: / This blogue is a not commercials but and personal website. If you feel that your copyright has been infringed, please contact me immediately:

06/05/2025

SONETOS

 

Autora. Florbela Espanca.

Edição integral. Livraria Tavares Martins.

Extratextos. 6 retratos de Florbela, 1 análise grafológica, 1 retrato de Florbela, por seu irmão, Apeles, 1 certidão de baptismo.

Editado nos primeiros dias  do Outono na cidade do Porto no ano de Mil Novecentos e Setenta e Um.

13ª edição.



Escritos nas primeiras décadas do século XX, os sonetos de Florbela são a expressão poética da paixão sensual e da confissão feminina. Simultaneamente pujante e frágil, a poetisa revela, por vezes de forma egocêntrica e narcisista, uma feminilidade intranquila e insatisfeita, imersa na Dor e no Amor.
Influenciada por poetas como António Nobre ou Antero de Quental, Florbela revelou-se pouco permeável aos grupos e movimentos literários da época e construiu uma estética própria, pautada por um discurso poético veemente, descomplexado e livre de constrições sociais.

 Nasceu mulher num espaço e num tempo pequenos de mais para a conter. A sua sede de Infinito levou-a a procurar a plenitude num amor sonhado mais do que sentido, vivendo num paroxismo de se querer dar e de não ser de ninguém: Quem me quiser Há-de ser Outro e Outro num momento! Força viva, brutal, em movimento, Astro arrastando catadupas de astros!

A poesia de Florbela Espanca dá-nos toda a força de fogo nascido no corpo amado da planície alentejana, que se espalha por Terra, Água e Vento, poderosa e vibrante, sonhando sempre no mísero viver humano o amor redentor de um Deus.