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21/05/2024

MARIA LAMAS. Escritora e interveniente política portuguesa.

 



 Maria Lamas

Nasc: 1893 - Óbito: 1983

Autoria: Presidência do Conselho de Ministros
  Instituto da Biblioteca Nacional e do
              Livro






MARIA LAMAS
Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas
(1893-1983)


 Mulher de personalidade admirável, oriunda de uma família burguesa de Torres Novas, ali estudou até aos dez anos
. Aprendeu línguas o que lhe viria a ser útil mais tarde, quando teve de ganhar a vida com traduções.
Traduziu mais tarde "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar, que conheceria em Paris.
 Casou nova e aos 25 anos já tinha duas filhas.
 Viveu em Luanda e quando o casamento naufragou divorciou-se e quis ser ela a assegurar a educação das filhas.
 Começa a escrever para os jornais Correio da Manhã e Época, mais tarde para O Século, A Capital e o Diário de Lisboa.
 Casou, em 1921, com Alfredo da Cunha Lamas, e foi mãe mais uma vez.
Em 1928 passou a dirigir o suplemento Modas & Bordados do jornal O Século, dando-lhe uma feição diferente.
 Um jornal que dava prejuízo passou a dar lucro, tal a importância da sua colaboração.
Era preciso chegar às mulheres trabalhadoras pouco esclarecidas quanto aos seus direitos.
 A sua colaboração no "Correio da Joaninha" passou a ser um diálogo educativo com as leitoras.

 Ligou-se ao MUD (Movimento de Unidade Democrática) e depois ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde desenvolveu intensa actividade política e cultural.

 Presa, pela primeira vez, por motivos políticos, em 1949 sofreu imenso na prisão, porque a PIDE a colocou numa prisão incomunicável durante quatro meses. Esteve muito doente. Depois de várias prisões viu-se forçada ao exílio.

 A sua actividade como escritora é intensa e diversificada.

Escreveu contos infantis, estudos na área da mitologia, porém o seu livro mais importante, fruto de dois anos de viagens por todo o país é «As Mulheres do Meu País», uma obra de referência, onde colaboraram com ilustrações os mais famosos intelectuais do tempo, editado em 1950.

  Seguem-se «A Mulher no Mundo», 1952 e «O Mundo dos Deuses e dos Heróis», 1961.Esteve exilada por diversas vezes, entre 1953 e 1962.
 Passados sete anos regressou do exílio. Tinha 76 anos e ainda a mesma esperança de melhores dias para Portugal.
 Viveu o 25 de Abril de 1974 com enorme alegria.
Foram-lhe atribuídas duas das mais honrosas condecorações portuguesas, a de Oficial da Ordem de Santiago da Espada e a da Ordem da Liberdade. Faleceu com 90 anos, em Dezembro de 1983.

 A cidade de Torres Novas relembra-a numa pequena intervenção escultórica. A jornalista Maria Antónia Fiadeiro dedicou-lhe um estudo monográfico.

2ª  Edição. Ano -1993

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