Autores: Vários
1ª Edição. 2007
A defesa da floresta e da natureza têm de passar necessariamente pela sensibilização dos cidadãos.
Se é fácil comunicar a este respeito e despertar o interesse do pequeno grupo de pessoas que têm nas árvores e na floresta uma parte importante da sua actividade e do seu núcleo de interesses, o mesmo não sucede com a restante sociedade.
No entanto, a floresta e as árvores tiveram, têm e terão uma importância considerável
na vida das pessoas, mesmo que disso não se apercebam. O discurso terá assim, necessariamente, que ir de encontro aos aspectos com os quais as pessoas se identificam, tentando encontrar as pontes
de relacionamento entre a floresta e a sociedade.
Na verdade, a história florestal do nosso país reflecte e reflecte-se na história florestal da sociedade ao longo dos tempos, o que permite ao cidadão comum encontrar uma forma renovada de interesse pelas coisas da floresta.
Um outro conjunto de aspectos que pode despertar a atenção do cidadão comum prende-se com os aspectos etnográficos, culturais e sociológicos associados à floresta.
Em termos crus e sintéticos, podemos dizer que para falarmos de floresta a uma sociedade com uma herança cultural judaico-cristã, que coloca o Homem no centro de todas as coisas, há então que colocar também o Homem no meio do discurso florestal.
Foi um pouco com esse objectivo que foi constituído o presente volume. Para além de todas as questões relacionadas com as plantas e com os animais, com os factores abióticos e com os ecossistemas, com o valor de conservação e com o valor económico das florestas,
há também que falar das pessoas e da sua relação ancestral com as árvores e com as florestas.
O presente volume encontra-se assim dividido em duas partes.
A primeira faz um percurso da floresta ao longo dos tempos, começando nas origens da floresta em Portugal, antes da influência humana, e estendendo-se numa viagem até ao futuro, tendo em conta os cenários de alteração do clima que se avizinham.
A segunda reúne diferentes aspectos associados à tradição, aos usos e aos costumes, mas também à cultura, gerados em torno ou tendo como motivo as árvores e as florestas.
Esperamos, assim, conseguir despertar o interesse do leitor para as coisas das árvores e das florestas, mostrando a influência e a importância que aquelas têm tido na sociedade portuguesa ao longo dos tempos, a diferentes níveis.*
* Jornal Público
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