Autor. Antunes da Silva3ª Edição.Lisboa, 1980
- Évora, 1921 – Évora, 1997
O escritor Antunes da Silva nasceu em Évora a 31 de julho de 1921. Foi poeta, contista e romancista.
Depois
de frequentar o Curso Comercial em Évora, onde trabalhou como empregado
de escritório, muda-se para Lisboa em 1948, onde a par do trabalho na
área da publicidade e relações-públicas, inicia a sua atividade
literária.
Desenvolve uma carreira jornalística que mantém por
quase toda a sua vida, colaborando regularmente em diversas publicações
periódicas, nomeadamente nos jornais Diário do Alentejo, Diário de
Lisboa, Comércio do Porto, Diário Popular, Diário de Notícias, O Diabo e
nas revistas Sol Nascente, Vértice e Seara Nova.
Resistente
antifascista, pertenceu aos quadros diretivos do MUD juvenil (secção de
Évora), o que levou à sua detenção em Caxias em 1945. Participou nas
campanhas presidenciais de Arlindo Vicente e Humberto Delgado. Foi
candidato da CDE em Évora em 1969 e membro do Concelho Nacional do
MDP/CDE.
Inserido no que se designou segunda geração neorrealista, a
sua obra literária é marcada pela temática do Alentejo e dos motivos
populares, olhados à luz das questões económicas e sociais e dos
conflitos de classe.
Da sua produção literária destacamos na poesia Esta Terra que é Nossa (1952) e Canções do Vento (1957), volumes editados na coleção Cancioneiro Geral. Deixou-nos ainda, entre outras, as obras Gaimirra (1946); Vila Adormecida (1948); Sam Jacinto (1950); O Aprendiz de Ladrão (1954); Canções ao Vento (1957); O Amigo das Tempestades (1958); Suão (1960); A Visita (1962); Terra do Nosso Pão (1964); Alentejo é Sangue (1966); Uma Pinga de Chuva (1966); Exilado e Outros Contos (1973), Rio Djebe (1973); Terras Velhas Semeadas de Novo (1976); A Fábrica (1979); Alqueva, a Grande Barragem (1982); Senhor Vento (1982); Jornal I – Diário (1987); Jornal II – Diário (1990) e Breve Antologia Poética (1991).
Faleceu em Évora a 21 de dezembro 1997.
O
Espólio de Antunes da Silva foi entregue ao Museu do Neo-Realismo em
2002 pela herdeira , para doação e incorporação no seu acervo.
Fontes
Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998.
http://www.rbev.uevora.pt/Noticias/Antunes-da-Silva-1921-19977
( ... ) Há qualquer coisa de nerudiano, (1 ) de profundamente elemental na obra deste alentejano - escritor: o seu apego às coisas simples, a sensibilidade e o nervo com que as transfere do sincretismo das emoções para o domínio da reelaboração expressiva.(... ) O Amigo das Tempestades agora refundido e em nova edição aí fica a prová-lo. (...) ** Breve extrato do « Prefácio » texto assinado por José Manuel Fernandes.
(1 ) - Nerudiano = Que tem pouca experiência ou conhecimento militar. Ex: soldado bisonho, tropas bisonhas, que denota pouca experiência. Fonte. ( Dicionário online Priberan de português )
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