Autor. Mia Couto
Ano desta edição. 2012
Leões que são pessoas, pessoas que são leões. Mortos que estão vivos, vivos que já morreram.
De que matéria serão feitos os leões que atormentam Kulumani, uma
simples região do norte de Moçambique? Serão reais? Serão apenas uma
ilusão fabricada? Serão os animais os culpados pelos assassínios
ocorridos, ou serão antes os próprios humanos?
Nem tudo o que parece é nesta confissão levada a efeito por Mia Couto. Desertos secos ou mortos de vontade são uma mera ilusão. Aqueles que são conduzidos para a morte sem antes nascer, aqueles a quem a vida é roubada, vêem-se obrigados a recorrer a uma força de animal: uma força de leoa que desponta sem se esperar e procura a sua justiça.
Igual a si mesmo Mia Couto não dispensa o misticismo neste romance: a porta de entrada que nos faz pensar que Moçambique nos pertence só por um bocadinho. No meio desta história existe ainda Mariamar, uma não-pessoa, uma mulher-leoa. Uma negra de olhos de luz que anseia por mar e amar. Existe também Henrique Baleiro, um caçador que já não pode caçar.
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