Autor. Tomaz de Figueiredo
2ª Edição . -1984
Prémio Nacional de Novelística
" - Pai, bom Monteiro, de quem, à moda antiga, não a espada mas a
espingarda recebi, e caçador leal e prudente fosse: bom Monteiro. Pai
que ainda vives porque vivo, companheiro de manhãs de geada, mestre meu
de como se doseiam pólvora e chumbo, de como, a perdiz de través e de
asa quebrada, se miram à frente do bico duas varas boas, e que me
beijaste ao ver-me fazer o primeiro Coup de Roi.
Meu Pai e meu amigo, que foste a bondade e a compreensão, o sorriso
de bonomia: é teu este livro em que se ouvem tiros de espingarda, em que
se pragueja e chora o nosso Manuel Félix, bravio coração fiel que
também já aí abraças, que te levou notícias minhas. E talvez até breve,
Pai. Entretanto, e a sentir-te debruçado no meu ombro, cá te vou
cuidando das tuas espingardas. Tuas. "
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