Autor. Tomaz de Figueiredo
6ª Edição. - 1984
Primeiro romance do autor, que o Estado Novo numa tentativa de ter
também o seu Aquilino arrevessado, catapulta desde logo. Coisa que
Aquilino nunca terá perdoado nem ao regime nem ao artista, e até se
conta que, passados anos, certa vez, por alturas da Rua Garret, lhe terá
chegado a roupa ao pêlo. Não terá sido bonito, mas os tempos eram
outros.
Sinopse
O segundo, Uma Noite na Toca do Lobo, prossegue o mesmo ambiente cinco anos depois. E os seguintes, A Canalha na Toca do Lobo, Riso na Toca do Lobo e Vento Sul na Toca do Lobo são apontamentos, entremezes e dedicatórias às quais o escritor não chegou a dar um destino definitivo.
O prefácio é de Mário Cláudio que, sobre este conjunto, afirma: «Dotado da sua própria linguagem, registada com o orgulho e a sensualidade de quem defende um país ameaçado por aquilo a que chamaríamos hoje 'globalização', o território do lobo ascende aos planos da maravilha, de alguma forma inacessível a quem não dispuser de santo e senha. Cabem estes desde logo ao natural da terra, e em especial àquele que ao longo de extensíssimas, gerações, assimilando os ensinamentos de quantos o precederam, foi convivendo com mistérios de dificílima decifração. O texto de Tomaz de Figueiredo, e sobretudo todo aquele que traça o ciclo da Toca, organiza-se num pequeno tratado de antropologia cultural, porventura realizada sem o rigor de sistematização que o método científico exige, mas conseguido com o afecto caldeador que possibilita a persistência e a transmissão das marcas culturais. Se aqui reside algo da legitimação do labéu de regionalista com que ao longo da sua vida foi fustigado, e porventura ainda será hoje, o nosso romancista, valerá a pena indagar de que particularismo se edifica a grande literatura, e de que generalizações se fabrica a literatura menor».
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